As cegonhas em Portugal deixaram de fazer os ninhos como antigamente nos ramos altos das árvores, ou no cimo das chaminés, e acompanhando a evolução tecnológica, fizeram escolhas mais higth tec, optando pelos postes de alta tensão ou mesmo pelos pórticos das auto-estradas.
Sobre as cegonhas
Devido à procura de ambientes quentes, é recorrente avistar populações de cegonhas principalmente na região centro do país, tornando-se assim uma ave bastante característica da paisagem portuguesa e considerada por muitos um símbolo regional. Existem várias reservas e planos ambientais para a conservação desta ave.
Apesar de em Levitico11, 18-19, ela ser qualificada como "imunda" ou "impura", a cegonha é considerada, na maioria das vezes, uma ave de bom augúrio.
(Levítico é o terceiro livro da Bíblia vem depois do livro de Livro do Êxodo e antes de Números. Faz parte do Pentateuco, os cinco primeiros livros bíblicos, cuja autoria é, tradicionalmente, atribuída a Moisés. Recebe essa denominação porque contém a Lei dos sacerdotes da Tribo de Levi a tribo de Israel que foi escolhida para exercer a função sacerdotal no meio do seu povo)
Simbolismo
É muito difundida a lenda segundo a qual ela traz os recém-nascidos. Isto está indubitavelmente ligado aos seus costumes de ave migradora, correspondendo seu retorno ao despertar da natureza na primavera.
A cegonha também é símbolo da piedade familiar.
Na Europa medieval, acreditava-se que a cegonha alimentava seus pais envelhecidos e que era muito dedicada a seus filhotes. No Extremo Oriente, tal qual o grou, ela é considerada um símbolo da imortalidade.
Contrariamente, também lhe eram atribuídos costumes bárbaros. Ao voltarem para a África, os adultos saudáveis e robustos de um bando se reuniam para matar os elementos que retardassem sua migração, assim como os jovens que não voassem bem. Essa matança, que deveria acontecer numa única noite, impressionou a imaginação popular. Conta-se que, em passado distante, nessa noite, o infanticídio era permitido. Se alguém matasse uma criança nessa noite por causa de alguma deformidade ou de alguma doença incurável, que lhe causasse muito sofrimento, o silêncio de todos acobertaria o crime. O cadáver era levado durante a mesma noite e posto na floresta dos massacres entre os restos das cegonhazinhas ensanguentadas.
Na Europa, dizia-se que as cegonhas puniam a fêmea infiel ao seu companheiro. Outro costume que persistiu até meados do sec. XVI a opinião das cegonhas deveria ser levada em conta em caso de condenação à morte. Se uma delas viesse a pousar na borda da fonte perto da qual se tinha armado o cadafalso, ou se ela voasse incessantemente ao redor da árvore na qual se realizaria o enforcamento, o condenado seria agraciado, porque pensava-se que o julgamento teria algum defeito, denunciado pela cegonha, que, de certa forma, fazia-se de mensageira da vontade divina.