Pela montanha alcantilada
Todos quatro em alegre companhia,
O Amor, o Tempo, a minha Amada
E eu subíamos um dia.
Da minha Amada no gentil semblante
Já se viam indícios de cansaço;
O Amor passava-nos adiante
E o Tempo acelerava o passo.
— «Amor! Amor! mais devagar!
Não corras tanto assim, que tão ligeira
Não pode com certeza caminhar
A minha doce companheira!»
Súbito, o Amor e o Tempo, combinados,
Abrem as asas trémulas ao vento...
— «Porque voais assim tão apressados?
Onde vos dirigis?» — Nesse momento,
Volta-se o Amor e diz com azedume:
— «Tende paciência, amigos meus!
Eu sempre tive este costume
De fugir com o Tempo... Adeus! Adeus!
António Feijó, in 'Sol de Inverno'
3 comentários:
SAUDAÇÕES!
AMIGA EMILIA
MARAVILHA!
Quanta beleza de Poesia!
Mexeu minha cabeça...É lindíssima!
Parabéns!LISON.
Muito lindo este poema!
Adorei!
abs
Belíssima poesia Emilia, adorei...
O amor e o tempo... Perfeito.
Beijo com meu carinho
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