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quinta-feira, 16 de julho de 2009

Hierodulas, heteras e Puta a deusa da podadura

Desde a pré-história a mulher era associada à Grande Deusa, Deusa Mãe, ou Deusa Terra, e como tal estava no centro das actividades sociais. A prostituição sagrada foi muito praticada na antiguidade com finalidade religiosa. As hierodulas (escravas ou prostitutas sagradas) normalmente ligadas a um templo, praticavam o sexo para angariar bens destinados ao templo, com o intuito de permitir a união de homens com os deuses, ou ainda para propiciar a fertilização.
A natureza sexual do homem e da mulher era inseparável de sua atitude religiosa. Nos seus louvores de agradecimento, ou nas suas súplicas, eles ofereciam o acto sexual à deusa, reverenciada pelo amor e pela paixão. Tratava-se de um acto honroso e respeitoso, que agradava tanto ao divino quanto ao mortal. A prática da prostituição sagrada surgiu dentro desse sistema religioso matriarcal e, por conseguinte, não fez separação entre sexualidade e espiritualidade.
Na Antiguidade, em várias civilizações do Oriente Médio era comum a prática da prostituição sagrada, pela qual os homens visitavam templos, onde tinham relações sexuais com o objectivo de comungar com uma determinada deusa . A prostituta sagrada encarnava a deusa, tornando-se responsável pela felicidade sexual, "a veia através da qual os rudes instintos animais são transformados em amor e na arte de fazer amor", explica Nancy Qualls-Corbett, autora do livro "A prostituta sagrada", da Editora Paulus.

Para os homens antigos a lua era andrógina. Pelo facto de o homem depender dos préstimo da Lua para a fertilidade da terra, dos homens e dos animais, provocou desde a mais remota antiguidade uma espécie de hiéros gamos, casamento sagrado, uma união com intuito sagrado e impessoal

Assim, criou-se uma espécie de ritula sagrado, onde o homem - lua cujo representante na terra era o rei ou o chefe tribal, passava a noite de núpcias com a noiva, para promover a fertilização do casal e consequentemente da tribo e da terra. Este costume perdurou na França até á Idade Média.

Da mesma forma, em determinadas épocas do ano, sacerdotisas e mulheres de todas as classes sociais uniam-se sexualmente a reis, sacerdotes ou a estranhos, que simbolizavam o homem-lua para angariar bens materiais para a deusa (Lua) mas também para que esta favorecesse a fertilização.

Cibele era uma deusa frígia, trazida solenemente para Roma entre 205 e 204 a.C Identificada pelos seus adoradores com a lua era protectora da mulher. Durante as festas orgiásticas da Bona Mater, como era chamada em Roma, os seus sacerdotes e muitos dos seus adoradores vestidos com roupas femininas passavam a servir a deusa Cibele praticando a homossexualidade.

O mesmo acontecia na Índia onde os homens de Winnipeck que consideram o sol como propicio ao homem, mas julgam que a lua lhes é hostil, se sonhassem com a lua sentiam-se no dever de se vestir de mulheres e servir a deusa.

No período em que existia a prostituição sagrada, as culturas constituíram-se sobre um sistema matriarcal que, muito mais do que mulheres em cargos de autoridade, significava um foco em valores culturais diferentes. "Onde o patriarcado estabelece lei, o matriarcado estabelece costume; onde o patriarcado estabelece o poder militar, o matriarcado estabelece autoridade religiosa; onde o patriarcado encoraja a areteia (valor, força e perícia) do guerreiro individual, o matriarcado encoraja a coesão do coletivo, algo que tem a ver com a tradição". (William Thompson, The Time Falling Bodies Take to Light)

As heteras na antiga cultura grega
As heteras mulheres livres, desempenhavam na antiga cultura grega o mesmo papel que hoje as “call girls” desempenham na nossa sociedade.

Eram acompanhantes, companheiras, reuniam a espiritualidade com a graça feminina para além da capacidade de conversação, virtudes que uma esposa comum raramente possuía.

Em meados do sec IV a. C. aparece uma figura miúda mas de extraordinária beleza, tocadora de flauta e sacerdotiza de Afodite, chamada Frinéa que ficou na história pela sua graça e pelo seu costume de submergir nua com os cabelos soltos nos festivais de Poseidon e nos Rituais de Eleusis.
Teve um papel importante no meio cultural da época. Amante de figuras importantes como Praxiteles, posa para a escultura “Afrodite de Cnidos”. Frequenta o círculo de amigos de Sócrates e de Arsitófanes que a têm em alta consideração.

Puta, em latim era uma Deusa muito antiga e importante. O termo provém do verbo putare, "podar", Puta era a deusa que presidia a podadura.
O sentido prejurativo surgiu por volta de 1180-1230 d.c. num texto escrito, até lá nunca foi visto com sentido erótico ou menos digno.

4 comentários:

Deusana Chagas disse...

Minha Amiga Emilia,



Excelente texto, realmente é um complemento do post que enviei.
O seu tratar com mais detalhe e explicar melhor a forma que era usada prostituição sagrada tanto nas religiões da civilizações do séculos passado.
Adorei o post,

Gosto muito de história!

Parabéns Emilia!!!
Um Grande Abraços
Deusa

P.S. É um sicronicidade nos assuntos

LISON disse...

Saudações!
Amiga EMILIA
Maravilha!
Que texto fascinante...Você nos presenteia com um histórico verdadeiramente rico...Passagens belíssimas ao longo das eras!
Parabéns pelo extraordiário texto!
Abraços,
LISON.

Luísa disse...

Mikas,

Que delicia de artigo! Eu normalmente perco-me com estas histórias e filosofias. As Hierodulas remetem-nos para rituais muito mais antigos. Os rituais de Beltane são um exemplo, já no final da sociedade matriarcal e tão bem descrito por Marion Zimmer Bradley.

Abraços
Luísa

olimar disse...

oi sou olimar e tenho um blog falando de um tema.
eu gostaria de saber como meu blog poderia aparecer na primeira pagina do google, obrigado.