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terça-feira, 7 de abril de 2009

Ser cidadão é ser pessoa...

…Ser cidadão é ser pessoa, é ter direitos e deveres, é assumir as suas liberdades e responsabilidades no seio de uma comunidade democrática, justa, equitativa, solidária e intercultural. Tal como refere Juan Saez (1995), ser cidadão não é uma tarefa cómoda, senão muito complicada: as pessoas não nascem cidadãos, mas fazem-se no tempo e no espaço.Na verdade, não é fácil exercer a liberdade e a cidadania – ser pessoa e ser cidadão –, por isso exige-se uma luta sem tréguas para erradicar assimetrias e exclusões socioculturais e criar cenários de esperança realizáveis, fundamentados em valores e princípios éticos, que requalifiquem a democracia com cidadãos participativos e comprometidos.
Sabemos que este desafio não se faz com uma varinha de condão. Quem conhece e vive as contradições do sistema, sabe que de nada serve remediar, se não assumirmos alterar projectos políticos, socioculturais e educativos que integrem em vez de excluir.Não há soluções e estratégias pré-definidas. Há grandes temas integradores da acção. Desafios que devem alimentar as nossas esperanças, vivências e aprendizagens quotidianas que nos permitam sonhar com um futuro melhor:
Direitos Humanos;
Democracia requalificada;
Território partilhado (requalificação ambiental, rural e urbana);
Relações significativas e laços comuns – uma cultura intergeracional assente em esteios de liberdade, tolerância, justiça, igualdade, solidariedade – aprender a viver e a conviver com os outros;
Interacções sociais específicas – pedagogia da memória – participação em organizações filantrópicas, programas para sectores específicos da população;
Tradição e inovação (educação, informação, comunicação, formação);
Identidade e diversidade (consciência colectiva);Cultura solidária e participação comunitária;Desenvolvimento sustentado – preservação do património comum da humanidade (natural, histórico, social e cultural);
Desenvolvimento de experiências piloto – pontes para o futuro – com equipas multidisciplinares de investigação/acção/emancipação e redes de parceria;
Criação de espaços e colectividades de trabalho, ócio e tempos livres;Investimento nas TIC como ferramentas potenciadoras da democracia participativa;
Preparação dos cidadãos para o diálogo/reflexão/acção – fórum de diálogo permanente.Há, no que fica dito, a emergência de transformações profundas, novas políticas, novas dinâmicas para estimular a inovação, a criatividade e a partilha de valores, saberes e poderes, ou seja, uma visão estratégica para a construção da educação para a cidadania.

Exerto do artigo “Ser cidadão em tempos difíceis” do jornal “A página da Educação”

7 comentários:

O bEM viVER disse...

Emília,

Muitas vezes fico refletindo sobre os objetivos que lemos em muitos dos Projetos Políticos Pedagógicos de várias escolas: "...construir cidadãos críticos conscientes,..."Sabe, colocam assim (inclusive a escola que trabalho colocou e eu questiono), porém não sou a maioria.
Lendo seu texto, senti on que já vi: muitas vezes, a falta de tolerância com crianças (nem digo adolescentes), até a ponto de falar pra mãe: "não temos como ficar mais com seu filho". Olha, não é mole. Mas também não posso condenar, porque não temos suporte psicológico para conseguirmos trabalhar com certos tipos de comportamentos, pois somos professores educadores, não somos psicólogos, assistentes sociais,...Antes de chegar nesta atitude, a criaça já foi encaminhada por diversos órgãos, desde o Conselho Tutelar à Secretaria de Educação. Olha, Emília, FORMAR CIDADÃOS precisamos, mas as vezes a tarefa parece mais difícil do que o conseguível.

Lena

joao Assis disse...

Emilia,
Parabéns pela brilhante postagem que toca em um assunto de extrema relevancia,poios devemos viver a cidadania na sua plenitude,buscar nossos direitos e executar nossos deveres,quanto é formação das crianças,penso que a orientação recebida dos pais é fundamental,pois o comodismo vivenciado por nossa sociedade é tanto,que os pais "jogam" os filhos nas escolas e acreditam que os educadores têm sozinhos o dever de socializar as crianças,não é assim que deveria ser,aqui no Brasil ja vivenciei casos de pais condenando o Presidente da Republica pela qualidade da merenda servida na escola,sendo que essa mesma ficava á apenas alguns metros de sua casa,é assim que queremos crescer?
Beijos amiga.

Beth Cruz disse...

Sem educação não existe ética capaz de nos tornar cidadãos. O atraso educacional é o responsável pela inércia das pessoas diante das arbitrariedade de um país, da corrupção, das injustiças sociais. Falta coragem inteletual para ir de encontro a uma mudança.
Há um grande equívoco, ao meu ver, quando se culpa um pai pelo insucesso de um filho no processo educacional. Esses pais, na maioria das vezes, não tem estrutura cultural nem psicológica para enfrentar esse problema. São vítimas de um ciclo vicioso da falta de investimento em educação, que também não qualifica como deveria os profissionais da educação. Na minha opinião, tanto educadores, como os país e os
alunos, são vítimas do descaso governamental que não tem interesses de formar cidadãos de verdade, nos roubando assim, a nossa dignidade. Governantes que não orienta a educação como uma de suas prioridades de seu país, são os grandes vilões dessa história.

Guti Fraga disse...

A primeira coisa que temos que pensar:tudo esta baseado em paradigmas fracassados! Tudo, digo nossas estruturas existenciais!Somos acima de tudo seres humanos e como tal estamos eternamente nos adaptando! Muito bem!E aonde vemos mudanças em nossos métodos educacionais? O cérebro de crianças pequenas estão bombardeados de estímulos visuais, com essa guinada tecnológia.
E aí...Temos meios de motivar crianças potentes a criar com esse tipo de estímulo educativo arcaico?Temos que inovar!Porque uma criança de 5 anos tem que ficar sentada numa cadeira 4 horas na sala de aula? E se não fica é hiperativa!Tem que tomar cloridrato de Imipramina!
Meu Deus....!!!!


http://www.gutifragasabedoriaantiga.blogspot.com/

Anónimo disse...

verdade, mas muitos lugares não são assim...

Atacilio Fernandes Moura disse...

ser cidadão e ser muito mais do que alguns pensa ser cidadão e ter direito pela a vida.pois ninguém tem direito de tirar a vida ser cidadão e ter respeito no meio da sociedade sem fazer decepção pois nem deus não fez decepção

Anónimo disse...

Ser um bom cidadão é muito importante
Não devemos ignorar as leis sejam lá elas como forem
Há que haver respeito pelo cidadão
e tem de haver apoio aos defecientes que também fazem parte da sociedade