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segunda-feira, 3 de agosto de 2009

O Amor e o Tempo

Pela montanha alcantilada
Todos quatro em alegre companhia,
O Amor, o Tempo, a minha Amada
E eu subíamos um dia.

Da minha Amada no gentil semblante
Já se viam indícios de cansaço;
O Amor passava-nos adiante
E o Tempo acelerava o passo.

— «Amor! Amor! mais devagar!
Não corras tanto assim, que tão ligeira
Não pode com certeza caminhar
A minha doce companheira!»

Súbito, o Amor e o Tempo, combinados,
Abrem as asas trémulas ao vento...
— «Porque voais assim tão apressados?
Onde vos dirigis?» — Nesse momento,

Volta-se o Amor e diz com azedume:
— «Tende paciência, amigos meus!
Eu sempre tive este costume
De fugir com o Tempo... Adeus! Adeus!

António Feijó, in 'Sol de Inverno'

3 comentários:

LISON disse...

SAUDAÇÕES!
AMIGA EMILIA
MARAVILHA!
Quanta beleza de Poesia!
Mexeu minha cabeça...É lindíssima!
Parabéns!LISON.

Cybele Meyer disse...

Muito lindo este poema!
Adorei!
abs

Débora Francischini disse...

Belíssima poesia Emilia, adorei...
O amor e o tempo... Perfeito.
Beijo com meu carinho