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quinta-feira, 10 de setembro de 2009

O paradoxo do nosso tempo

escherEscher

O paradoxo do nosso tempo na história é que temos edifícios mais altos, mas pavios mais curtos; auto-estradas mais largas, mas pontos de vista mais estreitos; gastamos mais, mas temos menos; compramos mais, mas desfrutamos cada vez menos; temos casas maiores e famílias menores; mais conveniências, mas menos tempo; temos mais graus académicos, mas menos senso; mais conhecimento e menos poder de julgamento; mais proficiência, porém mais problemas; mais medicina, mas menos saúde.

Bebemos demais, fumamos demais, gastamos de forma perdulária, rimos de menos, dirigimos rápido demais, nos irritamos muito facilmente, ficamos acordados até tarde, acordamos cansados demais, raramente paramos para ler um livro, ficamos tempo demais diante da TV e raramente oramos. Multiplicamos nossas posses, mas reduzimos nossos valores.

Falamos demais, amamos raramente e odiamos com muita freqüência; aprendemos como ganhar a vida, mas não vivemos essa vida; adicionamos anos à extensão de nossas vidas, mas não vida à extensão de nossos anos; já fomos à Lua e dela voltamos, mas temos dificuldade em atravessar a rua e nos encontrarmos com o nosso

vizinho; conquistamos o espaço exterior, mas não nosso espaço interior; fizemos coisas maiores, mas não coisas menores; limpamos o ar, mas poluímos a alma; dividimos o átomo, mas não nossos preconceitos.

Escrevemos mais, mas aprendemos menos; planejamos mais, mas realizamos menos; aprendemos a correr contra o tempo, mas não a esperar com paciência; temos maiores rendimentos, mas menor padrão moral; temos mais comida, mas menos apaziguamento; construímos mais computadores para armazenar mais informações para produzir mais cópias do que nunca, mas temos menos comunicação; tivemos avanços na quantidade, mas não na qualidade; estes são tempos de refeições rápidas e digestão lenta; de homens altos e de carácter baixo; lucros expressivos, mas relacionamentos rasos; estes são tempos em que se almeja a paz mundial, mas perdura a guerra nos lares; temos mais lazer, mas menos diversão; maior variedade de comida, mas menos nutrição; são dias de duas fontes de renda, mas de mais divórcios; de residências mais belas, mas lares quebrados.

São dias de viagens rápidas, fraldas descartáveis, moralidade também descartável, ficar por uma só noite, corpos acima do peso, e pílulas que fazem de tudo: alegrar, aquietar, matar.
É um tempo em que há muito na vitrina e nada no estoque.

Fonte:César Romão em Estórias e Metáforas

9 comentários:

Principe Encantado disse...

A mais lamentável de todas as perdas é a perda do tempo.

Francisco Castro disse...

Olá!

Muito bem feitas essas comparações.A diferença ente os ganhos dos ricos e as perdas dos pobres é colossal.

Abraços

Francisco Castro

LISON disse...

SAUDAÇÕES!
Amiga Emilia!
No paradoxo do tempo está demonstrado que, temos tudo e não temos e nem somos nada!
Parabéns pelo excelente Post!
Abraços!
LISON.

Berenice Ribeiro disse...

Aff!!
Excelente post, mas me deixou meio "para baixo". São verdades que vemos todos os dias, mas não enxergamos. Abs

Anónimo disse...

Nossa, não consegui nem acabar de ler...rs
Infelismente, PERFEITO!!!

BLOGZOOM disse...

Mi... e vamos para frente e vamos para trás! Progredimos e regredimos. Conquistamos e perdemos. Perdemos especialmente qualidade de vida! Incrível ler seu texto pq é algo que sempre questiono. Bjs

Charles Netto disse...

Sempre Aprendemos que o nosso tempo já é em si um paradoxo, fiz o Linck de sua notícia para o meu Blog e estou seguindo este, parabéns pela edição deste ótimo post, valeu.

Ugo Souza disse...

Texto bastante significativo... parece que quanto mais temos, mais perdemos... De grande conteúdo...

Charles Netto disse...

Este é o maior paradoxo, rever as amigas que nos deixaram saudades lá no dihitt!
Desejo a você uma ótima semana!