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sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

Em busca do amor

O meu destino
Disse-me a chorar:
«Pela estrada da Vida vai andando,
E, aos que vires passar, interrogando
Acerca do amor,
que hás-de encontrar»

Fui pela estrada a rir e a cantar,
As contas do meu sonho desfiando…
E noite e dia, à chuva e ao luar,
Fui sempre caminhando
E perguntando…

Mesmo a um velho eu perguntei
«Velhinho,
Viste o Amor acaso
Em teu caminho?»
E o velho estremeceu…olhou…
E riu…

Agora pela estrada, já cansados,
Voltando todos pra trás desanimados…
E eu paro a murmurar
«Ninguém o viu»

Florbela Espanca in «Em Busca do Amor»

2 comentários:

Unknown disse...

Belo poema, mas triste ao mesmo tempo, Emilia. Todos consciente ou inconscientemente vivemos em busca do amor. Tive sorte e encontrei. :-)

Abraços

Prof. Joaquim Madruga disse...

Olá. Sempre a eterna Florbela Espanca. Desconhecia este belíssimo poema. parabéns pela escolha. Uma abraço.